Professores que ficam roucos com freqüência. Locutores de rádio que apesar de terem um timbre de voz adequado quase perdem o fôlego ao terminar de ler uma frase. Crianças que trocam letras e adultos que arrastam os erres. Esses são alguns exemplos de pessoas que precisam da ajuda de um fonoaudiólogo, profissional capaz de aplicar técnicas que auxiliem atores, professores, políticos, cantores, advogados e pessoas com problemas de fala a se expressar melhor.
Nas dublagens de filmes e comerciais, por exemplo, o fonoaudiólogo é requisitado para indicar o melhor timbre para cada pessoa representada.Esse é o ramo da fonoaudiologia conhecido como estético e onde surgem boas oportunidades de trabalho. Também desponta como promissor o setor de telemarketing, onde atuam pessoas que falam ao telefone muitas horas durante o dia. “A qualidade da produção oral hoje está muito valorizada”, diz a professora Alda Borges, chefe da pós-graduação em Fonoaudiologia da Unifesp. Já há fonoaudiólogos prestando consultoria para empresas do setor e o potencial de expansão é grande.
No entanto, setores mais tradicionais de atuação, como a Fonoaudiologia clínica, estão praticamente saturados, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. A tarefa do fonoaudiólogo nessa área é tratar de pessoas com gagueira, alterações na fala ou que trocam letras (v no lugar do f, por exemplo) e trabalhar com crianças portadoras de doenças congênitas, que atrapalham o desenvolvimento da audição. Também é função do fonoaudiólogo avaliar a capacidade auditiva de crianças e adultos, além de trabalhadores submetidos a ambientes de muito ruído. Com a ajuda de um médico, esse profissional pode prescrever aparelhos de surdez e ajustá-los aos pacientes. Essa é a área conhecida como audiologia. O profissional que gostar de informática pode unir a lingüística à fonoaudiologia – um segmento ainda pouco explorado – para criar softwares capazes de ajudar usuários que tiveram paralisia ou traumatismo craniano.
O fonoaudiólogo acrescenta ao trabalho curativo o de prevenção ou de detecção precoce de problemas. O ponto de partida é o estudo da linguagem oral e escrita de crianças, por meio de programas de aprendizagem e de correção adequada, com a ajuda de professores e pais. Em fábricas, ele pode ajudar a elaborar projetos preventivos de distúrbios e sugerir ações para reduzir o impacto do problema.
Grande parte dos profissionais dessa área trabalha em consultório próprio, tendência que deve permanecer, em virtude do aumento de convênios médicos que já se dispõem a cobrir o tratamento, tornando a Fonoaudiologia mais acessível para a maioria da população. Quem prefere trabalhar com carteira assinada terá como empregadores clínicas, hospitais, centros de reabilitação, empresas e escolas. A carreira acadêmica é uma possibilidade, mas exige pelo menos o mestrado. As oportunidades estão dispersas nas instituições públicas e na rede privada de ensino superior. Na Unifesp, o curso está ligado à área de saúde e, por isso, o primeiro ano é feito junto com as turmas de medicina. Em outras faculdades, Fonoaudiologia pertence à área de educação ou psicologia. O currículo inclui matérias como anatomia, bioquímica, psicologia, fonologia, lingüística, neurologia da audição etc.
Há estágio obrigatório no último ano, quando o aluno opta por uma das áreas de especialização: fonoaudiologia clínica, educacional, estética ou audiolgia. No início da carreira, os salários giram em torno de seis mínimos.
Duração média do curso: quatro anos
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